Como ler qualquer partitura musical

Victor Garcia • nov. 22, 2022

COMO LER PARTITURA MUSICAL?

Se você é um iniciante nos estudos musicais ou já toca há tempo, mas ainda não sabe ler partituras (aquelas “bolinhas mágicas” que fazem você tocar qualquer música), então este post é para você!


Para alguns, a música é algo especial, usada para expressar os sentimentos através dos sons. Mesmo que a música não tenha cheiro, gosto, não é visível, muito menos palpável, ainda sim, muitos a amam e desejam aprender esta maravilhosa arte. 


Mas logo que iniciam, se deparam com uma barreira aparentemente difícil de ser superada, a Partitura.


Digo, aparentemente, porque ainda neste post você entenderá todos os princípios básicos para iniciar sua leitura musical guiadas por partituras.

01. PENTAGRAMA

O primeiro passo para lermos a partitura é ter onde escrever-lá, para isso temos um conjunto de cinco linhas e quatro espaços, equidistantes entre si (mesma distância), que servem como referência a escrita musical.

Esse conjunto de linhas será o responsável por nos orientar neste processo de aprendizagem de leituras. O pentagrama ou pauta como também é chamada tem a função de mapear as alturas das notas. 

Sendo as linhas de baixo mais graves do que as de cima, ou seja, quanto mais para cima mais aguda é a nota (em termos leigos, mais “fininho” o som).

Nós as contamos de baixo para cima, 5 linhas e quatro espaços.

É nela que colocaremos a maioria das nota musicais, pois há vezes que não suficiente este número de linhas para descrever todas as notas que queremos, então para isso usam-se as linhas e espaços suplementares, que podem ser inferior (abaixo do pentagrama) ou superior (acima do pentagrama), como podemos ver na imagem:

02. NOTAS MUSICAIS

As notas musicais básicas são apenas sete, elas são simples de serem memorizadas, veja só:

Dó - Ré - Mi - Fá - Sol - Lá - Si

Essa sequência se repete de forma infinita em ambos os lados, veja:

… Sol - Lá - Si - Dó - Ré - Mi - Fá - Sol - Lá - Si - Dó - Ré - Mi - Fá …

Essa sequência de notas chama-se escala de Dó maior, onde se inicia no Dó e subimos até sua repetição mais aguda, isso significa que é uma oitava de escala.

03. FIGURAS MUSICAIS

Para determinar a duração das notas utilizamos símbolos que representam cada valor de duração. E conseguimos representar desde sons muito longos, até o mais curtos como um click.


Como a música não é feita apenas de som, mas sim de combinações entre sons e silêncios, temos figuras para cada um destes dois tipos, quando as figuras de sons são aplicadas ao pentagrama em conjunto com a clave (que veremos a seguir) podemos então determinar a altura e duração do som, estas a chamamos de notas popularmente, já para as figuras de silêncio são figuras que representam a duração do silêncio, este pode ser para criar clímax, suspense ou calma, a denominação comum utilizada é Pausa.


Vejamos os tipos de figuras e seus códigos (estes veremos em breve a utilidade):


FIGURAS RITMICAS MUSICAIS

Os códigos a primeiro instante pode-se interpretar como a proporção de figuras que que cabem dentro da semibreve, por exemplo, se dividimos a semibreve em duas partes, teremos 2 mínimas, caso fosse dividida em quatro partes (a semibreve), teremos quatro semínimas, são basicamente frações da figura de maior valor, semibreve.

Observe que cada figura é composta de diversas partes para forma-lá. Se analisarmos minunciosamente percebemos que a cada parte que se coloca a figura musical é formado uma nova figura, onde inicialmente temos somente a cabeça vazia da nota, onde formamos a semibreve, se complementamos com a haste, vamos ter a mínima, se pintarmos a cabeça da figura, vamos ter a semínima, ao adicionar o colchete/bandeirola e vamos obter a colcheia, a próxima figura adicionamos mais um colchete, formando a semicolcheia com 2 colchetes, ao adicionar mais um colchete vamos ter a fusa que possui três colchetes e se colocarmos quatro colchetes vamos ter por fim a semifusa .

04. CLAVES

E para nomear as notas dentro do pentagrama utilizamos um símbolo no início do pentagrama, chamado clave. A clave é como uma guia para a leitura, através dela conseguimos determinar a altura das notas (altura em seu sentido lato, grave ou agudo - não o volume).


Consistentemente utilizamos vários tipos de claves, uma para cada região de sons ou de acordo com o instrumento. Basicamente temos três tipos:

04.01 - CLAVE DE SOL

Esta é a principal que lemos, a mais comum de ser vista e geralmente é a primeira em que aprendemos a ler, basicamente a nossa referência de leitura para iniciantes.


A clave de Sol é escrita comumente na segunda linha, assim:

E isso nos indica que a nota Sol fica nesta segunda linha. E a partir dela temos o desenvolvimento da escala de notas básicas. Usando o raciocínio lógico podemos aplicar a escala básica que vimos acima, dentro do pentagrama, da seguinte forma:

Então aplicamos a escala no pentagrama teremos o seguinte resultado:

Esta clave possui uma característica de abranger escritas médias e agudas, destinada mais a instrumentos que realizam as vozes de soprano/alto ou solo.

04.02 - CLAVE DE DÓ

Um pouco mais grave que a clave de sol, a clave de dó destina-se muito para instrumentos que permutam entre o grave e o agudo, como violas, saxofone tenor, fagote e a trompa (french horn). E sua aparência é assim:

 Ela é uma clave muito versátil e por isso temos 4 espécies:


Clave de dó de primeira linha: Conhecida também como clave de soprano, ela é escrita de forma centralizada na primeira linha, isso indica que a nota Dó (mesmo nome do que a clave) se localiza na 1ª linha, e todas as outras notas da escala seguiram a mesma relação que vimos.

Esta é conhecida como clave de soprano (atribuída geralmente a vozes femininas)


Clave de dó de segunda linha: Posicionada de forma central a segunda linha, esta clave é usada pela voz de meio-soprano (Mezzo soprano), seu dó inicia-se na linha respectiva.

Clave de dó de terceira linha: Esta é uma das mais usadas, principalmente pela viola de arco, e seu dó fica na terceira linha. Já que é a melhor representação de intermédio entre a clave aguda (clave de sol) e a clave grave (clave de fá), entretanto ela é conhecida por ser a clave de contralto também.

Clave de dó de quarta linha: E por fim, temos a clave de tenor, que é muito usada por instrumentos que são graves e necessitam atingir notas agudas, podemos citar como exemplo de instrumentos que usam o Cello e Fagote.

04.03 - CLAVE DE FÁ

Para notação de notas graves o mais comum é utilizar a clave de Fá, assim como as outras claves que vemos ela nos dá referência da nota com o mesmo nome dela, sendo a nota Fá.

Veja que ela possui dois pontinhos, a linha que passa dentre elas é a nota Fá. Desta forma aplicamos a regra da escala a partir da nota Fá. 

Existem três tipos de clave de fá, a de 3ª, 4ª e 5ª linha, respectivamente chamadas de clave de barítono, baixo e baixo-profundo como na imagem abaixo:

Entretanto, devido a tratados e convenções musicais, utiliza-se mais a clave de fá de 4ª linha, e é nesta que você deve focar no momento.

Para quê tantas claves?


Provavelmente você se fez esta pergunta em algum momento ao longo desta nossa jornada, e o que posso te afirmar que existem várias claves justamente para facilitar a leitura musical, embora, a primeiro instante pareça o oposto, outra grande utilidade dela é para realizar transposição entre instrumento, já que não são em todos os instrumentos que a nota Dó soa Dó, alguns por serem mais prático adotar apenas uma digitação e nomenclatura optam por permanecer os nomes das posições mesmo sendo notas diferentes, como é o caso do saxofones.


E para te auxiliar irei disponibilizar um PDF contendo um comparativo com cada uma das claves que abordamos, todas com a escala de Dó maior, e todas com o mesmo resultado sonoro, apenas a escrita que é diferente devido a clave.

FAÇA DOWNLOAD DO MATERIAL GRATUITO

As claves mais utilizadas são: Clave de sol na 2ª linha, clave de dó de 3ª e 4ª linha e clave de fá na 4ª linha. As outras podem ser utilizadas, mas é mais raro, até porque algumas são ambíguas entre si.

05. FÓRMULA DE COMPASSO

A fórmula de compasso são dois números sobrepostos que nos indicam os valores de cada figura e sua acentuação, bem como a quantidade de notas que cabem dentro de um compasso. E estes números ficam bem após a indicação da clave. Desta forma:

São indicações de pequenos agrupamentos de notas, que na maioria das vezes se apresentam de forma binária (dois em dois), ternário (três em três), quaternário (quatro em quatro), e outros mais raros como formação unária (um em um) e quinária (cinco em cinco).


O número de cima representa a quantidade de notas que caberão dentro do compasso. 

E o número (código) de baixo é a representação da figura que vale uma unidade de tempo (U.T.), ou seja, um tempo.


Mas para uma interpretação mais clara precisamos saber o que é o compasso e como discernir estes códigos. Compasso é basicamente uma forma de agrupar os tempos, uma forma de  organizar a música em pequenos pedaços, assim como uma barra de chocolate.



Lembra-se que a pouco vimos a tabela das figuras e nela continha um número antes da figura? Pois bem, esta é uma simplificação que usamos para indicar na fórmula de compasso a figura de referência.

Observando novamente, podemos notar que a semibreve tem o código 1, enquanto a mínima o 2, semínima 4, colcheia 8 e assim por diante.



Para ficar mais claro vamos a um exemplo, se eu te dissesse que temos que organizar uma tabela de chocolates de forma quaternária, sendo assim, podemos colocar no máximo quatro pedaços por vez, provavelmente o resultado seria semelhante a esse:

Se fosse uma organização de seis em seis:

Assim funciona com a música, vejamos suas respectivas referências, o primeiro uma divisão quaternária, onde a fórmula de compasso é quatro por quatro, então sabemos que cabem quatro figuras do código quatro, que no caso é a semínima, e esta é a figura que vale um tempo:

E a segunda barra tem por referência a seguinte formação, seis por quatro, onde temos seis figuras do código quatro (semínima), e após isso fecha-se com a barra de compasso simples.

Para ficar mais claro, veja com é a barra de compasso simples (a barra que organiza a música):

 E para finalizar a música usamos a barra final, que é esta aqui:

Sendo assim, temos todas as indicações de valores de cada nota musical e já compreendemos todo o espectro básico para iniciarmos nossas práticas de leitura musical, vamos então a alguns exercícios que desenvolvi especificamente para iniciarmos a prática de leitura.

Agora você já está apto para iniciar seus estudos de leitura musical.


E para você que chegou até o fim, vou indicar um dos nossos cursos que é o
Curso de Teoria Musical voltada a CCB, lá você aprenderá toda a teoria essencial para você tocar seu instrumento, independente de qual ele seja, sopros, cordas, teclas e até mesmo o canto, a partitura e a teoria musical lhes acompanharam ao longo de toda a sua jornada de estudos, e assim como ela, queremos fazer parte de sua jornada musical. Esperamos fornecer o melhor ensino possível, de forma prática, rápida e acessível. 


Este foi o conteúdo de hoje, escreve-nos o que mais de conteúdo você gostaria de ver aqui no canal. E na medida do possível iremos gravar e escrever sobre.


Eu sou
Victor Garcia, professor aqui da Congregar Academy e te vejo no nosso curso.

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